Defesa Civil e Cruz Vermelha

Defesa Civil e Cruz Vermelha
Prefeitura de Lajeado-RS

Porto de Estrela


Portos – Estrela nasceu e cresceu por vias fluviais
Por: Airton Engster dos Santos


O Rio Taquari ou Tibiquari, como era conhecido pelos índios, ao banhar o território de Estrela favoreceu a chegada dos imigrantes, o desenvolvimento e a existência de diversos portos fluviais servindo as zonas coloniais. Até por volta de 1926, o vasto território da Vila, agraciado pela natureza em termos de recursos hídricos, possuía os seguintes portos: Arroio do Ouro, Fundição na foz do Arroio Estrela, Costão, Corvo, Barra do Arroio da Seca, Roca Sales, Marques do Herval, Arroio Augusto, Arroio Campinho, Porto da Areia e Porto Wendt.


Em 15 de outubro de 1924 foi inaugurado o cais do na tigo Porto de Estrela, obra iniciada no governo de Manoel Ribeiro Pontes Filho, que possibilitou linhas de navegações regulares no Rio Taquari e o escoamento da produção agrícola e industrial.


No entanto, o trecho a montante de Bom Retiro do Sul estava constantemente assoreado, com pouca profundidade, impossibilitava a passagem de grandes embarcações. A Barragem concluída na década de 70, projetada inicialmente para gerar energia elétrica, possibilitou a navegação até Estrela durante o ano todo, inclusive nos períodos de estiagem. O nível do Rio Taquari neste trecho, praticamente de 20 km, foi elevado de 4 m para 10 m de profundidade.
Foi construído então o entroncamento rodo-ferro-hidroviário em Estrela, inaugurado em 10 de novembro de 1977, pelo Exmo. Sr. Vice-Presidente da República, General Adalberto Pereira dos Santos. O complexo serve até hoje como porta de entrada e saída para as riquezas, não só de nosso município, mas do Vale do Taquari como um todo.


A construção do entroncamento foi executada em convênio entre Petrobrás, Deprec (Departamento Estadual de Portos, Rios e Canais) e CESA (companhia Estadual de Silos e Armazéns). A Petrobrás se responsabilizou pelos encargos financeiros da obra que se situaram à época em torno de 300 milhões de Cruzeiros e as demais pela fiscalização e implementação do projeto.


O cais do porto é construído de concreto, tendo 585 metros de extensão. No projeto de execução da obra a altura do muro foi fixada, levando-se em consideração os problemas das cheias do Rio Taquari. Analisando todos os fatores os engenheiros optaram pela construção de um muro de 17 metros em relação ao nível do mar. As instalações portuárias possuem dois silos graneleiros, com capacidade estática para 50 mil toneladas e um silo de 40 mil toneladas. Para carga geral existe um armazém de 2,3 mil metros quadrados. O complexo é composto ainda por uma área pavimentada para estocagem de contêineres além de área destinada a garagem, oficina e prédios da administração, vigias, balança e acessos a rodovias e ferrovia.


No dia 28 de setembro de 1998 foi inaugurado um terminal de contêineres no porto de Estrela. No dia da inauguração foram embarcados 8 contêineres com fumo e um com balas. Para movimentar containeres, o Porto possui um guindaste com capacidade de até 250 toneladas.


O porto está estrategicamente localizado junto a BR 386, rodovia que se constituí num verdadeiro corredor por onde escoa grande parte da produção agrícola do Rio Grande do Sul. Também está ligado as regiões produtoras e consumidoras através de estrada de ferro. E por via fluvial e lacustre tem ligação com o Porto de Rio Grande se transformando numa alternativa para importação e exportação de produtos diversos.

Pesquisa: Airton Engster dos Santos
Fonte de dados e Imagens: Clipagem e Arquivo Aepan-ONG e Álbum do Cinqüentenário de Estrela de 1926.

Rio Taquari ou tibiquari:


A bacia hidrográfica Taquari-Antas situa-se na região nordeste do estado, com uma área total de 26.428 km2, equivalente a 9% do território estadual, e 119 municípios, inseridos total ou parcialmente. É o principal afluente do Jacuí, maior formador do rio Guaíba.

O rio Taquari nasce com a denominação de rio das Antas, até a afluência com o rio Guaporé, na cidade de Muçum. A partir daí passa a denominar-se Taquari, desembocando no rio Jacuí, junto à cidade de Triunfo. O rio das Antas percorre 390 km e o rio Taquari, 140 km, totalizando uma extensão de 530 km. Seus principais afluentes pela margem esquerda são os rios Camisas, Tainhas e Lajeado Grande, e pela margem direita, os rios Quebra-Dentes, da Prata, Carreiro, Guaporé, Forqueta e Taquari-Mirim.

A área ocupada por uma ampla variedade de cultivos agrícolas é maior do que um milhão de hectares, gerando problemas relativos à utilização de agrotóxicos e adubos químicos, aos processos erosivos, com aumento da turbidez da água, e ao assoreamento. Também recebe a carga de esgotos cloacais não tratados e efluentes industrias que causam poluição em suas águas.

A vazão média do rio Taquari, medida em Muçum, durante o período de 1940 a 1982, foi de 321 m3/s. As descargas máximas observadas atingiram valores na ordem de 10.300 m3/s, enquanto as mínimas estiveram entre 10 e 20 m3/s.
As grandes flutuações de vazão são subseqüentes à ocorrência de chuvas, distribuídas em áreas extensas da bacia, concentrando rapidamente grandes volumes de água, que se propagam com velocidade rio abaixo.

Chegando ao município de Estrela, o Rio Taquari recebe água de seus dois afluentes, os arroios Estrela e Boa vista que percorrem todo o município (zona urbana e zona rural) e recebem diversos tipos de águas originárias de residências, indústrias, propriedades rurais e da chuva, que automaticamente irão compor a água dos arroios e em seguida o rio Taquari, assim como a sua composição físico-química.

Apesar dos maus tratos (esgotos, efluentes, desmatamento e lixo), as condições ambientais das águas do Rio Taquari são boas, conforme pesquisas realizadas pela Aepan-ONG, ou seja, Classe 1 segundo Resolução do CONAMA. Águas com estas características podem ser destinadas ao abastecimento doméstico, após tratamento convencional; à proteção das comunidades aquáticas; à recreação de contato primário (esqui aquático, natação e mergulho); à irrigação de hortaliças e plantas frutíferas; à criação natural e/ou intensiva (aqüicultura) de espécies destinadas à alimentação humana.

Pesquisa: Airton Engster dos Santos

Fonte de informações: Aepan-ONG e FEPAN

Matéria divulgada no Jornal Folha de Estrela – Coluna: Histórias da Nossa História.

Rio Taquari e Rio das Antas




Rio Taquari e rio das Antas


A bacia hidrográfica do sistema Taquari-Antas situa-se na região nordeste do estado do Rio Grande do Sul, abrangendo uma área de 26.428 km2, equivalente a 9% do território estadual, e 98 municípios, inseridos total ou parcialmente. Limita-se ao norte com a bacia do rio Pelotas, a oeste e ao sul com a bacia do rio Jacuí e a leste com as bacias dos rios Caí e Sinos. Trata-se do principal afluente do rio Jacuí, maior formador do Guaíba (AEPAN, Arquivos. 2005, RS).


O rio Taquari nasce no extremo leste do Planalto dos Campos Gerais, com a denominação de rio das Antas, até a confluência com o rio Guaporé, nas imediações da cidade de Muçum. A partir daí passa a denominar-se Taquari, desembocando no rio Jacuí, junto à cidade de Triunfo. O rio das Antas percorre 390 Km e o rio Taquari, 140 Km, totalizando uma extensão de 530 Km. Seus principais afluentes pela margem esquerda são os rios Camisas, Tainhas e Lajeado Grande, e pela margem direita, os rios Quebra-Dentes, da Prata, Carreiro, Guaporé, Forqueta e Taquari-Mirim.


Devido à sua magnitude, esta bacia possui características físicas diferenciadas: áreas de alto índice de industrialização, áreas com predomínio de produção primária, zonas intensamente urbanizadas e riscos de ocorrência de enchentes, entre outras. Uma das regiões mais desenvolvidas do Estado, o Aglomerado Urbano do Nordeste, encontra-se nesta bacia hidrográfica. Os municípios integrantes desta bacia concentram 20% do PIB estadual, caracterizando-se por possuírem a base econômica voltada para um setor industrial em crescimento. Por outro lado, o Índice de Desenvolvimento Social apresentou um valor inferior à média do Estado: 0,67 contra 0, 74.

Representando cerca de 16% da população estadual, os municípios integrantes da bacia do Taquari-Antas caracterizam-se por um elevado grau de urbanização, por uma densidade demográfica de 40 hab/km2 e por uma taxa de crescimento populacional próxima à média do Estado.


O rio Taquari-Antas tem suas nascentes nos municípios de Cambará do Sul e Bom Jesus, numa região de baixa densidade populacional, onde predomina a criação extensiva de gado. Esta paisagem começa a se transformar na altura de Antônio Prado, onde predomina a pequena propriedade com utilização intensiva, já com densidades mais elevadas. O trecho mais significativo em termos de uso e ocupação do solo está compreendido entre os municípios de Antônio Prado e Veranópolis, concentrando 50% da população e 57% das indústrias da bacia. Quanto ao uso agrícola, destacam-se em área cultivada as bacias de drenagem dos rios Carreiro, Forqueta e das Antas, predominando as culturas de milho e soja. Além destas culturas, o arroz também é cultivado nas partes mais planas, ao sul da bacia.
A área ocupada por uma ampla variedade de cultivos agrícolas é maior do que um milhão de hectares, gerando problemas relativos à utilização de agrotóxicos e adubos químicos, aos processos erosivos, com conseqüente aumento da turbidez, e ao assoreamento. A análise dos solos da bacia demonstra fortes limitações quanto aos aspectos pedológicos para o desenvolvimento da agricultura de forma mais intensa, tais como restrições quanto à fertilidade e às variações na profundidade do perfil, limitações ligadas ao relevo ou à drenagem e alto risco de erosão.
Em 1993, haviam 8.123 indústrias na bacia do Taquari-Antas, destacando-se os ramos de vestuário e artefatos de tecidos, metalúrgica, madeira, produtos alimentares, mobiliário, calçados e minerais não metálicos. Conjugando parâmetros climáticos e geomorfológicos, pode-se dividir esta bacia hidrográfica em três sub-áreas: Depressão Central, com temperaturas mais elevadas (subtropical); Campos de Cima da Serra, com temperaturas mais baixas (temperado); Encosta e Serra do Nordeste, onde ocorre a transição entre os climas subtropical e temperado.
Quanto à vegetação, a bacia do rio Taquari-Antas apresenta quatro regiões fitoecológicas associadas à Mata Atlântica e consideradas como zona de transição: Savana, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Estacional Decidual e Áreas de Tensão Ecológica. Ainda podem ser observados diversos ambientes onde a vegetação natural encontra-se em satisfatório nível de preservação, localizados nas encostas íngremes dos vales, de difícil acesso e impróprios a práticas agrícolas. Os locais mais preservados acham-se representados por dez unidades de conservação correspondentes a 16.000 ha, sendo a mais importante a do Parque Nacional dos Aparados da Serra, no município de Cambará do Sul. Hidrologicamente, pode ser caracterizada por regimes torrenciais, de escoamentos superficiais rápidos e bruscas variações de descargas, por apresentar declividade média elevada, rede de drenagem densa com tendência radial, pouca cobertura vegetal, pouca profundidade e baixa permeabilidade dos solos.

A vazão média do rio Taquari, medida em Muçum, durante o período de 1940 a 1982, foi de 321 m3/s. As descargas máximas observadas atingiram valores na ordem de 10.300 m3/s, enquanto as mínimas estiveram entre 10 e 20 m3/s.

As grandes flutuações de vazão são subseqüentes à ocorrência de chuvas contínuas, distribuídas em áreas extensas da bacia, concentrando rapidamente grandes volumes de água, que se propagam com velocidade rio abaixo. Durante as cheias de setembro de 1967, por exemplo, os picos de enchentes em dois pontos distantes 380 Km um do outro, ocorreram com intervalo inferior a 24 horas.
O efeito de remanso provocado pela elevação do nível do rio Jacuí a partir do delta para montante agrava os problemas de cheias nas áreas de baixa declividade, ocasionando prejuízos consideráveis à agricultura e ao sistema viário. A zona urbana dos municípios do baixo Taquari, especialmente Lajeado e Estrela, foi inundada em cinco ocasiões nos últimos dez anos, acarretando enormes prejuízos à economia e à infra-estrutura urbana dessas cidades.

De acordo com as características geomorfológicas e hidrológicas, a bacia do Taquari-Antas pode ser dividida em três trechos distintos: • O primeiro trecho está compreendido entre as nascentes e a foz do rio Quebra-Dentes, corre na direção leste-oeste, perfaz 183 Km de extensão, com uma
declividade média de 4,8 m/km, caracterizando-se por possuir declividade acentuada, com rios encaixados e muitas corredeiras;
• O segundo trecho, compreendido entre a foz do rio Quebra-Dentes e a foz do rio Guaporé, tem a direção predominante nordeste-sudoeste, com uma extensão de 207 km e uma declividade média de 1,6 m/km, caracterizando-se por uma declividade menos acentuada, mas ainda apresentando vales encaixados e algumas corredeiras;
• O último trecho, já com denominação de Taquari, começa na foz do rio Carreiro e termina na confluência com o rio Jacuí, seguindo a direção predominante norte-sul e apresentando uma extensão de 140 km e uma declividade média de 0,2 m/km. Caracteriza-se como um rio de planície, com pouca declividade e raras corredeiras.

Ao longo de todo o percurso descrito anteriormente, o rio Taquari recebe água de inúmeros afluentes. Chegando ao município de Estrela, seus dois principais afluentes são os arroios Estrela e Boa vista que percorrem todo o município (zona urbana e zona rural) e recebem diversos tipos de águas originárias de diversas residências, indústrias, propriedades e da chuva, que automaticamente irão compor a água dos arroios e em seguida o rio Taquari, assim como a sua composição físico-química.

Pesquisa: Valmir Elói Schmidt




Rio Taquari - Enchente setembro de 2007

Enchente no Rio Taquari em 2007 - Vale do Taquari-RS

As fortes chuvas que caíram de 20 a 23 de setembro, em toda bacia do Taquari-Antas, provocaram uma das maiores enchentes dos últimos anos, ou seja, 26,25 metros. Nesta década superada pelas cheias de 2001 que chegaram a 26,30 metros (julho) 26,95 metros (outubro). Grande número de flagelados em todo Vale do Taquari, quedas de barreiras em rodovias, ruas e residências tomadas pelas águas. A maioria das famílias foi retirada antes das águas subirem, graças a um sistema de monitoramento da Defesa Civil e prefeituras da região. As rádios locais também tiveram papel preponderante informando a população sobre a situação das águas. Em Estrela foram retiradas em torno de 150 famílias e Lajeado 200. Os voluntários da Aepan-ONG atuaram principalmente levando orientações para famílias em situação de risco.

Curiosidade: A maior enchente registrada no Rio
Taquari foi em 1941 com 29, 92 metros.

Obs. A região do Vale do Taquari, com 39 municípios, no Rio Grande do Sul é grande produtora de alimentos no estado. Concentração de indústrias e cooperativas da alimentação com expressivo número de trabalhadores. Os maiores municípios são: Lajeado, Estrela, Encantado, Teutônia, Arroio do Meio, Bom Retiro do Sul, Cruzeiro do Sul e Roca Sales.

Cuidados com doenças em decorrências das Enchentes e Inundações:

Em enchentes e inundações a água é contaminada por lixo, esgotos, dejetos de animais e produtos químicos como agrotóxicos, inseticidas, adubos químicos, produtos de limpeza, etc.
A água contaminada pode provocar doenças como Leptospirose, Verminoses, Tétano, Cólera, Hepatite e Intoxicações.

Evite o contato com a água e a lama contaminadas nas enchentes:

  1. Não ande sem botas de borracha ou sacos plásticos nos pés;
  2. Não deixe as crianças brincarem em água parada ou lama de enchentes;
  3. Ao retornar a sua casa, limpe e desinfete as áreas atingidas pela água e remova o mofo, que pode causar doenças de pele como alergias e micoses e também doenças respiratórias como asma, bronquite e rinite;
  4. Utilize luvas e botas de borracha na limpeza dos locais atingidos pela água;
  5. Desinfete os locais com água sanitária: 1 colher de sopa para cada litro d’água utilizado na limpeza;
  6. Não consuma alimentos que tiveram contato com a água de enchentes e inundações;
  7. Não beba água de fontes atingidas por enchentes ou inundações (poços, cisternas, rede pública) sem antes desinfeta-la fervendo ou adicionando hipoclorito fornecido pelo Município.

Imagens da Aepan-ONG

Airton Engster dos Santos
Jorge Scherer
Ambientalistas